Hábitos que Fizeram Minha Vida Melhor
terça-feira, 2 de janeiro de 2024
Após um ano intenso cursando duas faculdades ao mesmo tempo, fazendo estágio, me dedicando a vários projetos pessoais e tendo várias experiências que mudaram a minha forma de ver o mundo, eu adquiri certos hábitos que melhoraram exponencialmente a minha qualidade de vida, bem-estar, e consequentemente, meus resultados.
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| Foto de Aziz Acharki na Unsplash |
O Que São Hábitos e Como Eles Influenciam Nossa Vida
Antes de compartilhar as mudanças que fiz, caro leitor, temos que entender o que são hábitos e como eles exercem impacto em nossa rotina diária. Todos nós possuímos hábitos, que podem ser intencionalmente formados através de ações deliberadas ou se tornarem automáticos ao longo do tempo em resposta a estímulos específicos.
Alguns hábitos, conhecidos como deliberativos, são formados intencionalmente quando buscamos atingir objetivos específicos. Outros são automáticos, comportamentos repetitivos que se desenvolvem ao longo do tempo em resposta a estímulos específicos.
Importante notar que muitos hábitos podem começar como deliberativos e, com o tempo, tornarem-se automáticos, dependendo de fatores como consistência, motivação e contextos associados à ação.
Pedro Calabrez, especialista em psicologia e neurociência aplicada, explica que os hábitos são moldados pela criação de padrões neurais fortalecidos a cada repetição da ação em um contexto específico. Isso resulta na formação de trilhas neurais que facilitam e tornam mais eficiente a execução da ação ao longo do tempo.
Compreendendo a distinção entre hábitos deliberativos e automáticos, chegamos à conclusão de que é mais fácil cultivar hábitos deliberativos construtivos do que destrutivos. Afinal, quem conscientemente planejaria sua própria derrota? Por outro lado, é mais desafiador desenvolver hábitos automáticos construtivos, pois a mente humana, que evoluiu em um ritmo diferente da sociedade, busca economizar energia e, por vezes, ativa mecanismos de defesa que, na verdade, não nos protegem de nada além do trabalho árduo.
Com essa perspectiva, compreendemos a força dos maus hábitos e o esforço necessário para substituí-los por comportamentos construtivos. Essa consciência é fundamental para enfrentar as armadilhas dos maus hábitos e promover uma mudança positiva em nossa vida cotidiana.
Para transformar maus hábitos em bons, segui a seguinte rota; identificar o hábito, o que motivava a ação por trás dele, os danos causados por eles e buscar maneiras para reverter os danos e prevenir as causas.
Meus novos hábitos
- 1- priorizar o sono
- 2- diminuir ao máximo o consumo de açúcar
- 3- ter mais vida social e interagir com as pessoas
- 4- buscar opções de lazer fora das telas
- 5- tenha uma rotina diária com propósito
1- Priorizar o sono
O primeiro hábito que eu fui forçada a melhorar foi dormir melhor. Uma tarefa desafiadora, pois durante o ensino médio, adquiri o hábito de estudar durante a madrugada, aproveitando o silêncio propício à concentração.
A real é que você até consegue se safar por um tempo virando noite ou trocando a noite pelo dia, mas 5 anos seguidos com esse péssimo hábito impactou muito minha saúde física e mental.
Imunidade reduzida, crises de ansiedade sem motivo aparente, culminando em um burn-out que exigiu um período de descanso necessário.
Os motivos que me levaram a negligenciar o sono eram diversos: chegava tarde do estágio, estudava durante a noite, consumia conteúdos online até altas horas e, por vezes, me autoimpunha uma tortura pessoal altamente eficaz. " só durmo quando terminar tal coisa."
O mundo não vai acabar se você não terminar uma simples tarefa hoje. Vai dormir, amanhã é outro dia.
Fora que, no final do dia, ninguém mais tem neurônio sobrando para resolver problemas, então você precisa dormir para que a sua mente acorde fresca para lhe trazer uma solução no dia seguinte.
Mas acho que nada me assustou o suficiente para que eu fosse dormir até que eu descobri que a privação de sono fazia o cérebro entrar em processo de autofagia ( isso mesmo, o cérebro começa a comer ele mesmo). Segue um trechinho a baixo da explicação sobre como isso acontece
No entanto, quando intensificado pelas noites mal dormidas, o processo começa a consumir sinapses saudáveis que não deveriam ser eliminadas, levando o cérebro a “comer” a si mesmo. “Mostramos pela primeira vez que partes das sinapses são literalmente consumidas pelos astrócitos devido à perda de sono”,( Pesquisa feita por pesquisadores do Laboratório de Neuroimagem dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH)
Apesar de uma noite de sono longa e tranquila ser um privilégio para poucos em uma sociedade capitalista, algumas ações e mindsets me ajudaram a melhorar meus hábitos noturnos
Após as 20h, desconecto totalmente do trabalho e, após as 23h, de entretenimento, evitando o uso de celular e TV. Anoto as tarefas pendentes para o próximo dia, organizando o ambiente, tomando banho e indo para cama. Assim, eu crio uma divisão clara entre o dia e a noite,fazendo uma transição tranquila para um sono mais saudável e uma mente descansada.
Deu a hora de dormir? Estou indisponível, se for emergência, disque 190
2- Diminuir o consumo de açúcar
Além de reduzir significativamente meu consumo de açúcar, adotei uma abordagem mais consciente em relação à minha alimentação. Embora eu já mantivesse uma dieta saudável, havia um hábito prejudicial vinculado às longas noites acordada. Para sustentar essa rotina, recorria a um consumo excepcional de açúcar, incluindo café extremamente doce, bolachas recheadas, bombons, trufas, barrinhas de cereal (que eu acreditava serem saudáveis) e até mesmo o irresistível Ferrero Rocher, minha paixão incontestável.
O problema estava em algumas manias que eu tinha pegado, como comprar Ferrero Rocher toda vez que ia à faculdade e consumir duas garrafas de café diariamente. Embora ocasionalmente eu ainda ceda à tentação, não é mais uma prática diária.
A preguiça de preparar lanches saudáveis para o estágio e a faculdade fazia eu comprar alimentos industrializados para consumir ao longo do dia. Além de buscar mais energia, o açúcar também era utilizado como uma forma de recompensa.
Quando meu consumo de açúcar era elevado, eu constantemente me sentia cansada, pois ele literalmente roubava minha energia, gerando ansiedade por mais. Além disso, enfrentava problemas como inflamações na pele e queda de imunidade.
Para reverter esse quadro, fiz o seguinte;
1. Tomar café sem açúcar: Inicialmente desafiador, mas ajudou a reduzir o consumo total de café.
2.Trocar produtos industrializados por naturais: Substituí biscoitos processados por versões caseiras e explorei outras opções de lanches saudáveis.
3. Aumentar o consumo de frutas: Introduzi mais frutas na minha dieta como alternativa mais saudável.
4. Rever o mecanismo de recompensa: Em vez de um pacote de Ferrero Rocher diário, optei por saborear chocolate meio amargo apenas uma vez por semana.
Ao diminuir a ingestão de açúcar, tive uma redução considerável da ansiedade e padrões de humor mais equilibrados, além de sentir a minha mente mais clara e focada,e uma qualidade do sono infinitamente superior
